Quem age conforme a verdade
A vida e a verdade expressam o desejo mais profundo de quem busca dar rumo à própria existência. No diálogo com Nicodemos, Jesus afirma que “como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, assim será necessário que o Filho do homem seja levantado”. Ao se referir ao fato da sua crucifixão, Jesus dá o significado pleno da sua morte: “para que todos que nele crerem tenham a vida eterna”. (cf Jo 3,14-21)
A morte de Jesus na cruz representa o supremo gesto de amor de Deus para com a humanidade sofredora. O Pai entrega o Filho ao mundo “para que não morra todo aquele que nele crer, mas tenha a vida eterna.”
O amor é que dá sentido à vida. Quem acolhe a Jesus em sua existência está acolhendo o amor. Mas a rejeição de Jesus significa preferir as trevas à verdade. A explicação disso está no fato de “quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas.” Ódio e trevas se opõem ao amor e à verdade. “Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.”
Ontem, como hoje, a Cruz continua sendo um sinal de contradição. Há quem reconhece neste sinal um apelo forte a crer no amor, na verdade, a querer viver na luz, fazendo o bem sempre. Uma das maiores instituições humanitárias a tem como um de seus símbolos: a Cruz Vermelha. Mas há quem se incomoda com o alcance do seu significado e pede que ela seja banida, desapareça dos lugares públicos. “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiam as trevas à luz...” São Paulo reconhece que na comunidade eclesial alguns podem se comportar como inimigos da cruz de Cristo (cf Ef 3,18).
Dom Joviano de Lima Júnior
Arcebispo de Ribeirão Preto
18.03.2012
Quarto Domingo da Quaresma
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